terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Vivemos !!



(...)Sim, ela era encrenca, das boas.
(...)Eu sabia o que estava fazendo, ela também: estávamos fazendo uma coisa errada.
(...) Gostei da luz, dos olhos dela. Gostei que estava me encantando, gostei de não poder me encantar e mesmo assim estar me encantando.
(...) Apesar de todo esforço, meu poder era uma ilusão. Apesar do desprendimento, eu me enganava o tempo todo.
(...)Nada de alegria, alegria. Ela fecha a porta e volta para sua vida real. Para os dois, porque ela não era egoísta: tristeza, tristeza.
(...) Alegria, alegria. Eu me implorava. E dá para sentir isso o tempo todo? Eu me cobrava tanto ser feliz que às vezes perdia a noção de que já era. Fugir da felicidade ou fugir com ela?
(...) Num ímpeto de tesão, ou talvez após um trabalho de consciência confusa que, por preguiça, acabava se decidindo impulsivamente, respondi ao e-mail dela: sim, senhora. Vamos para onde a senhora quiser, a hora que desejar e na posição que preferir.
Nem todas as histórias precisam ter virgens pálidas chorando às margens de um mar de espumas. Nem tudo precisa ser romance tuberculoso. Alegria, alegria.
(...)A felicidade, assim como a bebedeira, vai e vem. A felicidade, assim como o sexo, entra e sai. A felicidade, assim como ela, era impossível. Mas não é pra tentar ser feliz que a gente vive?

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